As constantes manifestações revelam o descontentamento da sociedade brasileira. E dentro desse contexto, a violência e o vandalismo infelizmente se consolidam em protestos realizados em todo país com a infiltração de grupos como o chamado Black Blocs, que por falta de uma lei mais severa, fazem de atos democráticos, a vergonha de um país que se omite na hora de punir aqueles que realmente devem ser punidos. E por conta disso, quem paga o preço é o cidadão de bem, e às vezes com a própria vida. Como aconteceu com o cinegrafista Santiago Andrade, da rede Bandeirante, que morreu vítima de um rojão atirado por um manifestante durante os protestos no Rio de Janeiro. A violência agora não é apenas física, mas moral. A “nova onda” são as manifestações de racismo. Desde o ano passado, com a chegada dos médicos cubanos, profissionais reconhecidos pela ONU, pelo trabalho realizado em vários países, através do programa Mais Médicos, do Governo Federal, ficou em evidência o quanto o preconceito racial ainda é tão presente em nosso país, mesmo sendo um país mestiço com 50% da população negra. São episódios lamentáveis. É necessário punições severas para esse tipo de crime. O mais recente aconteceu em Brasília em um salão de beleza, quando a australiana Louise Stefany insultou e se recusou a fazer as unhas com uma manicure negra. A australiana foi presa. Mas o próprio Senado Federal reconhece que deve haver um endurecimento no Código Penal para não permitir o relaxamento de prisão preventiva em caso de flagrante em delitos raciais. Mas como ser respeitado por estrangeiros, se os próprios brasileiros não se respeitam? Casos de racismo são comuns em nosso país, e falo isso por experiência própria. Enquanto isso, a mídia internacional mostra a “desordem e o regresso” que o país da “Copa” enfrenta para o mundo inteiro. E a fama do Brasil associada apenas ao samba, futebol e belas mulheres, agora ganha mais uma: Um país sem lei. Isso é Brasil.
Ossesio Silva
Vice- presidente do PRB/PE
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