sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Transporte público: direito ou mercadoria

Por Carlos Geraldo

Em julho deste ano, os centavos a mais no transporte público levaram às ruas mais de 2 milhões de pessoas em quase quatrocentas cidades brasileiras. Mas os protestos ainda estão espalhados pelo país. A exigência pela tarifa zero continua e a luta pelo fim do urbanismo privatista, que transforma tudo em mercadoria, parece está mais claro na cabeça do povo brasileiro.


Seria mesmo possível a tarifa zero? Se o financiamento do transporte público fosse feito com os recursos dos impostos de todos os contribuintes, seria completamente possível.  O que acontece é a mercantilização do transporte público, onde quem paga é só quem usa.  Se a gratuidade (idosos, pessoas com necessidades especiais, meia tarifa para estudantes) fosse distribuída como imposto à todos, (do pobre ao rico) a tarifa dos coletivo, recairia sobre todos os contribuintes.  

Quando essa tarifa é destinada somente ao trabalhador das regiões metropolitanas, que não tem recursos para pagar, exclui o cidadão comum de seu direito.  É aí que o  transporte vira uma mercadoria. Até para ter  acesso ás péssimas condições do meio, tem que pagar e pagar caro! Ou seja, quem não precisa do ônibus ou do metrô para garantir seu ‘salário’ no final do mês, não está nem aí pros acréscimos e as condições desses coletivos. O que sabem reclamar, é do trânsito e na sua ignorância, esquecem que a superlotação de carros é um suposto refúgio do transporte coletivo.

Os brasileiros entre sua diversidade de pautas, querem transformar a mobilidade urbana, priorizando o transporte coletivo e assim, transforma-lo em um bem comum. Isso não é difícil de entender, mas implica no bolso da elite brasileira e soa, como o fim da corrupção.

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